A Receita Federal fez, nesta terça-feira (22), uma apreensão recorde de cocaína no porto de Santos, o maior do país, ao encontrar 2,9 toneladas da droga em meio a uma carga de bobinas de alumínio. O entorpecente tinha como destino a Holanda.
Só neste ano, foram apreendidas 20,5 toneladas de cocaína no porto em 49 operações, escondidas entre os mais variados tipos de produtos para serem embarcados.
Cargas de sucata metálica, óleo vegetal, farinha de soja, limões, açúcar, madeira, suco de manga congelado, tripas de carne, papel, óleo de laranja, máquinas agrícolas, café, argamassa, pó de guaraná e carne congelada foram algumas das utilizadas pelos traficantes para tentar ocultar a cocaína.
Até cabeças de suínos já foram usadas para tentar driblar a fiscalização no porto e o local viu a ação de uma quadrilha de piratas atacando um navio em que foram encontrados 1.322 quilos da droga.
Das 49 apreensões feitas pela alfândega no porto desde janeiro, ao menos 37 tinham como destino países europeus. O porto de Antuérpia (Bélgica) seria o destino de 13 dos carregamentos da droga. Para Hamburgo (Alemanha), iriam outros 7.
Holanda, Espanha (cinco embarques para cada um) e Itália, com três, vêm na sequência, de acordo com dados da Receita. Até a apreensão desta terça, o maior volume encontrado no ano tinha sido em 14 de janeiro, com 1,22 tonelada.
A ação de rotina da equipe da alfândega no litoral paulista ocorreu na manhã desta terça, quando os agentes faziam vistoria num carregamento de bobinas de alumínio que iriam para o porto holandês de Roterdã.
Segundo a Receita, a carga foi selecionada para conferência após análises que incluíram a inspeção por meio de imagens escaneadas e a sinalização positiva do cão farejador da alfândega.
Até a operação desta terça, a maior já feita no local tinha sido em 8 de março de 2019, com 1,77 tonelada da droga escondida em uma carga de limões frescos.
Após a retenção da droga, a carga foi entregue à PF (Polícia Federal), que investigará o caso a partir das informações fornecidas pela Receita. Não houve presos.
O número de apreensões foi crescente entre 2015 e o ano passado no porto paulista, responsável por cerca de 30% do comércio exterior nacional.
Naquele ano, o total foi de uma tonelada e, no ano seguinte, já alcançou 10,6 toneladas. Em 2017, nova alta, com 11,5 toneladas
Em 2018, o total dobrou, atingindo 23,11 toneladas. O recorde anual é de 2019, com 27 toneladas.
A avaliação de auditores da Receita é a de que cada quilo da droga pode chegar a valer US$ 50 mil (R$ 258 mil, ao câmbio desta terça) na Europa.
RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS)