Histórico de luta social une Vasco a primeiro adversário na Série B

Foto: Jorge Rodrigues/AGIF/Folhapress BRUNO BRAZ/RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) “Eu já lutei por negros e operários”, diz uma das músicas mais emblemáticas da torcida do Vasco, clube que, no início de sua caminhada na Série B, terá pela frente, às 11h deste sábado (29), um adversário que tem até no nome uma história parecida com […]
RIO DE JANEIRO, RJ, 22.05.2021: VASCO-BOTAFOGO – German Cano, jogador do Vasco, com a taça de campeão durante cerimônia de premiação da Taça Rio, ao final da partida contra o Botafogo no estadio Sao Januario pela decisao do campeonato Carioca 2021. (Foto: Jorge Rodrigues/AGIF/Folhapress)
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BRUNO BRAZ/RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS)

“Eu já lutei por negros e operários”, diz uma das músicas mais emblemáticas da torcida do Vasco, clube que, no início de sua caminhada na Série B, terá pela frente, às 11h deste sábado (29), um adversário que tem até no nome uma história parecida com a sua.

O Operário-PR, agora na segunda divisão do Campeonato Brasileiro, surgiu com jogadores da classe trabalhadora, mesma aposta do Vasco na década de 20.Apesar da história ter versões controversas, a mais comum narra que a equipe paranaense foi composta inicialmente por funcionários que trabalhavam nos escritórios e oficinas da Rede Viação Paraná-Santa Catarina, com o nome de Foot Ball Clube Operário Pontagrossense.

Sua fundação em 1912, coincidentemente, aconteceu em 1º de maio, que anos depois seria considerado o Dia do Trabalhador, data que por muitos momentos foi celebrada em São Januário, na década de 40, por Getúlio Vargas, ex-presidente da República, em comícios históricos.

Em 1933, o nome da equipe paranaense foi rebatizado para o que é até hoje: Operário Ferroviário Esporte Clube, que surgiu após a incorporação do Club Athlético Ferroviário, uma espécie de grêmio dos funcionários da Rede Ferroviária, ao Operário Sport Club.

Além do histórico comum envolvendo trabalhadores, os clubes são unidos pelo combate ao preconceito racial. O Vasco carrega a fama de ter empenhado a famosa “Resposta Histórica”, de 1924, quando se desfiliou de uma associação de futebol por discordar das regras que excluíam negros e operários da equipe.

Já o Operário, além de integrar atletas negros desde seus primórdios, quis simbolizar em suas cores a igualdade étnica. “Trata-se de uma homenagem às raças branca e negra, que sempre terão vez em nossa agremiação”, disse Alberto Scarpim, um dos fundadores do clube, em trecho registrado pelo site do Operário.

Por conta das histórias que se entrelaçam em muitos pontos, alguns torcedores do Operário nutrem simpatia pelo Vasco, principalmente os mais antigos. Os dois clubes, no entanto, nunca se enfrentaram, o que deve ocorrer agora em São Januário.

Após ser campeão da Série D, em 2017, e da Série C, em 2018, o Operário já está há dois anos na Série B. Em 2019, ficou na décima colocação. Já na temporada passada, o clube paranaense terminou a competição na oitava posição e chegou a brigar por uma vaga de acesso.

Já o Vasco inicia sua quarta disputa de Série B, após ser rebaixado no último Brasileiro -o clube cruzmaltino já havia disputado em 2009, 2014 e 2016.

Estádio: São Januário, no Rio de Janeiro (RJ)
Horário: 11h (de Brasília) deste sábado (29)
Árbitro: Thiago Luiz Scarascati (SP)
Transmissão: Premiere

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