A Alemanha vive em estado de alerta contra possíveis atentados terroristas desde dezembro de 2016

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Diversas pessoas foram atropeladas nesta terça-feira (1º) na cidade de Trier, na Alemanha, após um carro invadir uma área destinada para pedestres. A ação deixou ao menos 2 mortos e 15 feridos.
A polícia afirmou que prendeu o motorista do veículo, um alemão de 51 anos, mas que ainda não sabe suas motivações. Assim, as autoridades ainda estão investigando o caso para determinar se o episódio foi um acidente ou um atentado.

O carro tinha placa de Trier (que fica no sudoeste do país, próximo da fronteira com Luxemburgo) e o suspeito era morador da cidade, de acordo com os policiais.
O veículo percorreu um trecho entre 600 metros e 1 quilômetro em uma região exclusiva para pedestres em alta velocidade, atropelando tudo que encontrou pela frente. Testemunhas descreveram uma cena caótica, com pessoas voando pelos ao serem atingidas e muita gritaria.

As autoridades alertaram que a quantidade de mortos ainda pode subir -um jornal local, Trierischer Volksfreund, afirmou que quatro pessoas morreram, mas o número não foi confirmado oficialmente.

“Eu acabei de andar pelo centro da cidade e estava simplesmente horrível. Havia um tênis largado no chão e a garota que era sua dona está morta”, afirmou o prefeito da cidade, Wolfram Leibe, em entrevista para o canal estatal SWR.

O prefeito, que teve que interromper seu pronunciamento para conter o choro, pediu para a população evitar a região central da cidade, onde o caso ocorreu. O local em geral recebe um mercado de Natal nessa época, mas o evento foi cancelado este ano por causa da pandemia de coronavírus.

Mesmo assim, uma árvore de natal foi montada no local -ela pode ser vista em vídeos postados nas redes sociais que mostram como ficou a região após a ação. Nas imagens, é possível ver também veículos de resgate chegando ao local, paramédicos fazendo massagem cardíaca em uma vítima e ao menos um corpo.

“O que aconteceu em Trier é chocante. Nossos corações estão com os familiares das vítimas, com os muitos feridos e com todos aqueles que estão cuidando dos afetados”, reagiu o porta-voz da chanceler Angela Merkel, Steffen Seibert, em uma rede social.

A Alemanha vive em estado de alerta contra possíveis atentados terroristas desde dezembro de 2016, quando um caminhão avançou sobre um mercado de Natal em Berlim. O ataque, que foi reivindicado pelo Estado Islâmico (EI), deixou 12 pessoas mortas.

Além do episódio na capital, o grupo radical islâmico assumiu em 2016 também a responsabilidade por um assassinato a facadas em Hamburgo, por um atentado a bomba em Ansbach -que deixou 15 feridos- e por um ataque com machado em um trem na Baviera (que terminou com 5 feridos).

Desde 2009, as autoridades alemãs já impediram 17 tentativas de ataques, de acordo com o Ministério do Interior. Recentemente, um sírio de 20 anos matou um pessoa com uma faca em uma rua em Dresden e feriu outra, em uma ação que foi classificada como terrorista.

Este ano, a polícia também desmantelou uma célula de supostos terroristas do Tadjiquistão ligados ao EI. Além do terrorismo islâmico, o país também tem enfrentado ameaças de ataques da extrema direita e de grupos neonazistas.