Na quinta-feira (19), mais um baleia jubarte encalhou sem vida no balneário Marissol, em Pontal do Paraná. O animal foi encontrado boiando próximo à costa, mas foi necessário aguardar o encalhe para que uma equipe especializada de necropsia pudesse ser encaminhada nesta sexta-feira (20).
Segundo o médico veterinário, Fábio Lima, o animal era um macho juvenil, medindo quase oito metros. “Conseguimos observar que a baleia estava magra e apresentava marcas de interação com redes de pesca. Porém, a causa de sua morte e de sua condição de saúde só poderão ser identificadas após análises do material biológico coletado”, afirma.
Imagem: Cesar Ramires
O resgate do animal foi realizo pelo Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), via Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos. A ação contou também com o apoio da Prefeitura de Pontal do Paraná que forneceu uma retroescavadeira para retirar a carcaça da baleia da linha de maré.
Nos três últimos meses, esta é a nona baleia jubarte encalhada sem vida no estado, com registros na Ilha do Mel, Ilha do Superagui, Guaratuba e Pontal do Paraná.
Para a pesquisadora, Camila Domit, as causas das mortes das baleias seguem sendo investigadas por diversos pesquisadores no Brasil e junto à parceiros internacionais. A avaliação envolve o olhar para múltiplas hipóteses, inclusive sobre o potencial efeito das mudanças climáticas globais na produtividade do continente Antártico e nas correntes que influenciam na migração das baleias. “O aquecimento global tem sido apontado como uma das causas responsável pela redução na disponibilidade de krills (principal alimento destas baleias) na Antártica.
Devido a esta alteração, as baleias possivelmente precisam buscar por alimento durante a migração para as áreas mais quentes e estão migrando com menos energia acumulada. A principal área brasileira de reprodução é o litoral da Bahia e as jubartes têm sido avistadas com frequência na região sudeste e sul do Brasil.
Outras causas de aumento da ocorrência da espécie na zona costeira do sudeste e sul do Brasil vêm sendo avaliadas.
