João da Silva Mariotto tinha 79 anos e estava hospitalizado em decorrência de uma pneumonia
Um senhor magro, alto, de sorriso sempre aberto e apaixonado por suas duas vocações: a família e o voluntariado. Talvez essa seja a forma mais sucinta de descrever João da Silva Mariotto.
Ele conheceu o grupo Alcoólicos Anônimos (AA) em 1984. “Foi quando ele entendeu que a bebida era uma doença e, a partir dali, decidiu ajudar outras pessoas a enfrentarem esse problema. Ele saía de casa a noite, a qualquer horário para atender as pessoas ou visitar famílias que sofriam com o alcoolismo, “, explicou a filha Mariel Mariotto Casas.
Desde então, passou a dedicar sua vida ao trabalho voluntário e ao resgate da dignidade de dependentes de bebidas. Participou e promoveu congressos voltados ao tema e sonhava em conhecer o lugar onde o AA nasceu, a cidade de Akron, no estado americano de Ohio.
O trabalho em prol da sobriedade, iniciado há quase quarenta anos, só parou por um motivo: a pandemia de COVID-19.
Por ser grupo de risco, ele precisou se afastar das atividades no início do ano passado. Segundo a família, esse isolamento o deixou um pouco desanimado, até que veio a notícia de que mais uma bisneta estava a caminho. “Ele estava muito empolgado com a chegada da Maitê . Ele teve a sorte de conhecer dois bisnetos”, conta Mariel.
O devoto de Nossa Senhora sempre gostou de ter os seus por perto. Casado há 58 anos com Dirceia Mariotto, teve seis filhos, dez netos e dois bisnetos.
Além do trabalho desenvolvido no AA, o qual lhe rendeu muitos amigos, ele também atuou na Copel por 25 anos, onde se aposentou.
João Mariotto, ou Jango, como também era conhecido, morreu na manhã deste sábado (16), em decorrência de uma pneumonia.