A ação teria acontecido após Antonio Vieira encaminhar relatório sobre a fiscalização de madeiras nativas
O Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, encaminhou uma carta para o IBAMA do Paraná solicitando a exoneração do até então Chefe da Unidade Técnica do órgão, Antonio Fabricio Vieira, servidor há 26 anos.
Vieira recebeu uma ligação do Ministro do Meio Ambiente informando a exoneração. No formulário do IBAMA do Paraná consta a justificativa por readequação de estrutura.
O ex-servidor era responsável pela fiscalização de cargas de madeira no Porto de Paranaguá. Somente em 2020, em um documento assinado em fevereiro consta que Vieira fiscalizou 100% das cargas. No ano passado também, o segundo maior Porto da América Latina movimentou 35.822 m³ de madeiras nativas e de todas as exportações aprovadas por Antonio Vieira, 30 geraram autos de infração por falta de documentos válidos.
O prédio do IBAMA no município está interditado pela Defesa Civil do Município, neste documento, Vieira também tinha relatado já ter solicitado novos analistas para auxiliarem na fiscalização do porto.
A decisão de Ricardo Salles aconteceu depois que servidores do IBAMA denunciaram a mudança para aplicação das multas ambientais. Cerca de 400 profissionais do órgão criticam as alterações propostas na Instrução Normativa Conjunta que de acordo com os fiscais, irão dificultar o trabalho de fiscalização.
Segundo a Carta aberta ao presidente do IBAMA e a sociedade brasileira feita pelos profissionais do IBAMA há hoje uma tecnologia que instaura de forma automática a multa após seja constada a infração, o que irá mudar com a nova fiscalização. “As medidas necessárias para implementação das mudanças trazidas junto aos sistemas corporativos não foram tomadas previamente pela administração central do IBAMA e ICMBio, antes da entrada em vigor da INC MMA/IBAMA/ICMBIO. Em face disso, todos os servidores que assinam o presente carta declaram que estão com suas atividades paralisadas pelas próprias autarquias, IBAMA e ICMBio, que não providenciaram os meios necessários junto aos sistemas e equipamentos de trabalho disponíveis para o exercício da atividade de fiscalização ambiental federal, análise e preparação para julgamento de processos de apuração de infrações ambientais”.
Mudanças na fiscalização
Com as mudanças propostas pelo Ministro do Meio Ambiente, após um fiscal realizar o auto de infração também será necessário a autorização e avaliação de um superior hierárquico para que possa ser autorizada a fiscalização e passada para frente.
As mudanças foram publicação via Instrução Normativa assinada por Ricardo Salles, representantes do IBBAMA e do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio).