Os primeiros aparelhos eram feitos de madeira. Os botões para trocar os canais e aumentar o volume eram de aço. A qualidade do som e da imagem eram suficientes para a época e o conteúdo feito em áudio e vídeo era entregue na casa do telespectador em preto e branco. Mas para que as primeiras exibições de conteúdos fossem ao ar, foi preciso acontecer uma verdadeira revolução no mundo das telecomunicações. Quem buscou a tecnologia para disseminar informação para a grande massa, foi um jornalista, um apaixonado por televisão.
Em 1994, o jornalista Assis Chateubriand foi para os Estados Unidos negociar com executivos da Radio Corporation of America (RCA), empresa de telecomunicações. Ele queria trazer o sinal Via Satélite para o Brasil para transmitir conteúdos que atingissem uma grande parcela da sociedade. Ele fechou o contrato com a empresa, mas quando voltou da viagem, no Brasil, nesta época, havia aparelho de TV.
Além do sinal, Chateubriand importou 200 aparelhos de televisão em 1950 e distribuiu em dois estados: São Paulo e Rio de Janeiro, para que as pessoas acompanhassem as produções da TV TUPI, sua mais nova joia, a mais revolucionária criação. Ainda em 1950 houve a estréia da TV TUPI, fundada por Assis Chateaubriand e por um grupo de empresários.
O investimento para colocar a programação no ar custou 5 milhões de reais. A TUPI exibia programas de vários gêneros como o apresentado pelo Jornalista Flávio Cavalcanti, em 1979. No Bolsa de Valores Musicais, Flávio convidava cantores para apresentações ao vivo, no palco, e sob o olhar atento de juízes que davam notas para as performances.
O advento da televisão no Brasil, em 11 de agosto de 2020 completa 70 anos. Influenciado por um amigo, seu Amauri Pacheco entrou no ramo do concerto de eletrônicos há 4 décadas. Quando ele percebeu, estava submerso no mundo da manutenção da caixa preta. Ele explica que na década de 1980 a TV só funcionava depois de receber uma super descarga de energia nas válvulas. Ou seja, o aparelho só ligava depois de quente.
“ Há 40 anos atrás era bem delicado. A TV era em válvula e dependia de alta voltagem para alimentar as válvulas, só a assim a TV ligava. Hoje estamos com tecnologias mais modernas. Sempre batalhando. Já ensinei a profissão para minha filha. Segunda geração trabalhando junto “, disse o comerciante.
Passam-se os anos e o modo de produzir e transmitir mudou de configuração. A TV ganhou cores em 1975. Em 1980 houve um abrangência maior do sinal da TV. Interior e metrópoles podiam sintonizar os canais. Anos mais tarde, em 2007 veio a TV digital, uma nova era para o setor das telecomunicações.
“ A Televisão digital fez com que a qualidade de imagem que você tem na Capital seja a mesma do interior. A qualidade de alcance que eu tenho em cidade grande, vou ter em cidades pequenas. Hoje em dia é raro encontrar uma casa que a TV não seja compatível com sinal digital “, fala o engenheiro eletricista José Frederico Rehme.
Hoje a tele visão e a tele audição proporcionada pela tecnologia esta novamente em transição para uma versão ainda mais atualizada: a 4k. O tamanho das telas aumentaram e a espessura também.
“ A qualidade é muito diferente. As telas muito maiores e dá a oportunidade de interagirmos , de estarmos mais ambientados com o local que esta sendo mostrado “ , acrescentou José.
A modernidade não mudou o gosto em manter certas tradições. A Alexsandra, filha do seu Amauri, é formada em Educação Física, porém paralelo a carreira, ela trilha os mesmos passos do pai.
“ Eu me criei nesse meio. Meu pai criou eu e meus irmãos com essa profissão. Minha faculdade de Educação Física eu pago com o meu trabalho aqui da eletrônica. O dinheiro para pagar a Universidade para o meu filho também irá sair daqui. Eu não pretendo deixar o meu trabalho “, destacou Alexsandra Pacheco Rosa, filha do comerciante.