Givanildo Maria Rodrigues, de 34 anos, foi condenado a mais de 51 anos de prisão em regime fechado pelos crimes de estupro de vulnerável, homicídio e ocultação de cadáver de Kameron Odila Gouveia Osolinski, de 11 anos, em Guaraqueçaba. A sentença foi proferida na tarde desta quinta-feira (10) no Fórum Luís Silva e Albuquerque, em Antonina.
O julgamento do então réu confesso teve início na quarta-feira (09) e ouviu 18 testemunhas, além de Givanildo.
Na saía do fórum, a avó da vítima, Alair Gouvêa, agradeceu o juiz, os promotores e advogados que estiveram envolvidos no julgamento e fizeram justiça pela neta.
“Hoje eu posso dizer pra vocês que aqui foi feita justiça. Não vou dizer que eu vá conseguir dormir, que eu vá conseguir descansar, porque a dor que eu carrego vai continuar comigo, essa ninguém vai tirar, porque a minha neta não vai voltar, mas ele vai apodrecer na cadeia e mostramos pra ele que a justiça existe, porque ele achou que podia matar, fazer o que fez e não seria condenado”, disse.
Também na saída do fórum, a mãe da jovem Kameron, que não havia se pronunciando desde o dia do crime, disse que só agora , após o julgamento, sentiu a liberdade de falar sobre o assassinato da filha.
“Até agora todo mundo só soube me julgar e me criticar, mas ninguém estava comigo, ninguém estava na minha pele. Eu tinha que trabalhar, eu tinha que trabalhar, eu não tinha com quem deixar ela, eu tive que ir trabalhar. Então essa parte ninguém vê, que eu tinha que sustentar a minha família. E agora eu quero que todo mundo escute que eu estava trabalhando, eu estava no trabalho, eu não deixei ela em casa porque eu não tinha motivo, porque eu precisava trabalhar. Então, eu estava trabalhando e ninguém entende essa parte. Se eu pudesse voltar, eu voltava no tempo, mas eu não posso mais voltar”, concluiu Maíra.
Relembre o caso
No dia 26 de abril de 2023, a menina foi dada como desaparecida após sair para fazer um trabalho na casa de uma colega de escola, que morava próximo à sua residência. A demora para voltar causou estranheza nos familiares, que iniciaram as buscas e acionaram a Polícia Militar. Foi descoberto que a criança sequer havia chegado à casa da amiga.
A situação, registrada na cidade de Guaraqueçaba, mobilizou toda a população em busca da criança de 11 anos. Kameron foi encontrada sem vida no dia seguinte, 27 de abril de 2023, com o corpo parcialmente enterrado perto do mirante da cidade. A certidão de óbito apontou que a causa da morte foi asfixia mecânica, por estrangulamento.
Givanildo, padrasto da menina, foi apontado como o principal suspeito do crime e preso em flagrante. No entanto, ele foi solto um dia após o achado do corpo, depois de prestar depoimento. Horas após ser solto, na manhã do dia 29 de abril, Givanildo invadiu uma residência na região central de Paranaguá e pediu que a Polícia Militar fosse acionada para que ele confessasse os crimes de estupro de vulnerável, homicídio e ocultação de cadáver. Desde a confissão, Givanildo permaneceu preso.