Foto: José Fernando Ogura/AEN
No último final de semana, a pedido do Ministério Público Federal e Ministério Público do Paraná, a Justiça Federal suspendeu através de uma liminar, as obras de derrocagem da Pedra da Palangana. No início de junho o Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo (Gaema), situado em Paranaguá e pertencente à unidade do Ministério Público do Paraná, já tinha expedido uma recomendação para que as obras do Porto reduzissem os impactos ambientais.
A empresa pública, Portos do Paraná se manifestou por meio de nota na manhã desta segunda-feira (28), informando que recebeu a intimação de suspensão da obra de derrocagem e da licença ambiental do Porto de Paranaguá, conforme decisão do Juiz Federal Substituto, Flavio Antônio da Cruz. A empresa Pública afirma que cumpre todas as exigências do IBAMA, que possui válida a licença ambiental concedida pela Autarquia Federal que permite a execução da obra de derrocagem e que todos os passos necessários para realização da obra foram rigorosamente obedecidos.
A Tvci procurou o Ministério Público Federal para saber quais serão os próximos passos em relação à suspensão da obra de derrocagem da Pedra da Palangana, mas até o fechamento desta matéria o MPF não havia respondido.
A OBRA:
De acordo com o Governo Estadual, o investimento previsto é de quase R$ 23 milhões e a licença para a execução foi concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Com a remoção dos pontos mais rasos do complexo de rochas subterrâneas, o risco de encalhe de navios e desastres ambientais será minimizado. A profundidade atual, que no trecho mais crítico é inferior a 12 metros, será atualizada e a expectativa é que passe para 14,6 metros.
Nesta obra, serão removidas seis partes de pontos rasos do maciço de rochas, que somam 22,3 mil metros cúbicos em volume. A menor delas tem 361 metros cúbicos e a maior 8 mil. As rochas são parte do complexo conhecido como “Pedra da Palangana” e estão localizadas no canal principal de acesso ao Porto de Paranaguá, o Canal da Galheta, um pouco à frente do Terminal de Contêineres.
O desmonte de cada maciço será realizado de forma separada. O procedimento vai funcionar da seguinte forma: uma embarcação vai perfurar vários pontos nas rochas para instalar os dispositivos de desagregação que irão fragmentar as rochas.
O passo seguinte é a instalação de uma cortina de bolhas, que reduz o impacto da explosão e impede a reaproximação dos animais. O equipamento é como uma mangueira, preenchida com ar, e é instalado ao redor do maciço a ser desmontado, isolando a área.
Antes da detonação, os mergulhadores permanecem espaçados para continuar a verificação da área. Somente após todas essas etapas, os dispositivos de desagregação são acionados, de forma sequencial, para reduzir os impactos da detonação.