Orientação é evitar aglomerações para conter o avanço do novo coronavírus na região. Com ocupação atual beirando os 100%, Hospital Regional de Paranaguá vai ganhar na próxima semana mais 15 espaços de enfermaria e 5 unidades de terapia intensiva (UTI)
Governo do Estado vai aumentar o número de leitos exclusivos para tratamento da Covid-19 no Litoral antes do início da temporada de verão, mas a região já apresenta índices de ocupação hospitalar para tratamento da doença na casa dos 100%. Por isso, o apelo é para que as pessoas evitem viajar para as praias nas celebrações de fim de ano e não promovam aglomerações que permitam a disseminação do vírus. O alerta ocorre em razão do risco de estrangular o sistema de saúde, que tem limites de estrutura.
Maior complexo médico disponível no Litoral, o Hospital Regional de Paranaguá vai ativar na próxima semana mais 15 espaços de enfermaria e 5 unidades de terapia intensiva (UTI). Com isso, passará a contar com 50 leitos adultos, sendo 25 para cada modalidade, todos voltados para atendimentos de pacientes infectados pelo coronavírus. O centro médico tem ainda 14 UTIs para procedimentos gerais via Sistema Único de Saúde.
Apesar da ampliação de 67% na estrutura para a população adulta, a Secretaria de Estado da Saúde alerta para a seriedade do panorama atual da pandemia no Paraná. Houve um crescimento do número de casos e mortes em decorrência da doença a partir de novembro, com reflexo imediato também na região litorânea.
Para evitar o estrangulamento do serviço de saúde, o governador Carlos Massa Ratinho Junior reforçou o pedido para a população colaborar com o distanciamento social. Segundo ele, sem a efetivação de uma vacina comprovadamente eficaz, é o distanciamento físico, aliado ao uso da máscara, do álcool gel e da higiene pessoal, que serve de proteção contra a doença.
SEM AGLOMERAÇÃO – “Volto a pedir para quem puder ficar em casa. Que as pessoas evitem aglomerações, evitem viajar para as praias do Estado neste período de verão. Estamos fazendo o possível para dar conta, mas sem a ajuda de todos pode ser que os leitos não sejam suficientes. Que falte estrutura para atender a população local e também a itinerante em caso de necessidade extrema”, afirmou o governador.
A preocupação é que o movimento da virada. Em 2019, Guaratuba, Matinhos e Pontal do Paraná reuniram mais de 2,5 milhões de pessoas durante os festejos de Réveillon. “Precisamos ter consciência de que será um Natal, um Réveillon e um verão diferentes. É necessário ficarmos isolados e seguros para que tudo volte ao normal o mais rapidamente possível”, ressaltou Ratinho Junior.
INCIDÊNCIA – Os números da Covid-19 no Litoral são preocupantes. Os sete municípios que formam a 1a Regional de Saúde têm a segunda maior incidência de casos da doença por 100 mil habitantes no Paraná. São 3.949, enquanto a média do Estado é de 3.113. Apenas a 9a Regional, de Foz do Iguaçu (Oeste), tem índice pior, com 5.769.
O mesmo vale para o recorte de mortes em razão do vírus. A média na região de praias é de 81,6 óbitos por 100 mil habitantes, contra 61,5 de todo o Estado. Fica atrás apenas a 2ª Regional, que abrange a Região Metropolitana de Curitiba, com 87,6 de média.
OCUPAÇÃO – De acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde de terça-feira (15), a regional apresentava 100% na taxa de ocupações de leitos, tanto de enfermaria quanto de UTIs – na ocasião todos os 30 quartos exclusivos para Covid-19 e os 14 voltados para outras finalidades estavam ocupados.
Índice caiu para 95% na quarta-feira (16), mas havia apenas uma UTI livre. Já em relação às enfermarias, eram seis ocupados e quatro livres no Hospital Regional de Paranaguá. “Não existem leitos de sobra, a estrutura é finita”, ressaltou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto. “O Litoral conta com apenas um hospital que pode ser utilizado, em Paranaguá”.
O secretário explica que há um esforço para ofertar vagas, mas alerta que também não serão suficientes se a população não tiver consciência. “Haverá reforço de segurança e fiscalização, mas o que fazer se mais de 2 milhões de pessoas decidirem se aglomerar”, afirma ele.
Segundo Beto Preto, o Estado está preparando uma resolução que servirá de balizador de comportamento nas praias durante o verão. A normativa vai orientar também a atuação das forças de segurança pública e as prefeituras municipais no combate a aglomerações e festas clandestinas no período.
Fonte: AEN