Estudo aponta que esgoto de Curitiba tem alta concentração de coronavírus

Foto: Brunno Covello/Sanepar Por Marcelle Nogueira Análises das amostras de esgoto da Capital apontam altas concentrações de Sars-CoV-2 no material coletado, atestando a necessidade de intensificação das medidas de prevenção e de controle para a redução da disseminação do vírus. A investigação foi realizada pela Rede Monitoramento Covid Esgotos, projeto formado por instituições de diversos […]
Foto: Brunno Covello/Sanepar
Por Marcelle Nogueira

Análises das amostras de esgoto da Capital apontam altas concentrações de Sars-CoV-2 no material coletado, atestando a necessidade de intensificação das medidas de prevenção e de controle para a redução da disseminação do vírus. A investigação foi realizada pela Rede Monitoramento Covid Esgotos, projeto formado por instituições de diversos estados brasileiros.

Além de Curitiba, Belo Horizonte, Distrito Federal e Rio de Janeiro também indicam aumento expressivo nos casos de Covid-19 no período entre 23 de maio e 5 de junho de 2021.

A equipe coleta amostras em pontos representativos de cada região, como locais com grande circulação de pessoas, lugares com elevados índices de vulnerabilidade social e de saúde, sub-bacias de esgotamento representativas dos estratos sociais de interesse, além de estações de tratamento de esgotos (ETEs). No laboratório, os pesquisadores extraem o ácido ribonucleico (RNA) viral do conteúdo e realizam a detecção e a quantificação do vírus.

De acordo com a rede, a ideia é auxiliar as autoridades locais na tomada de decisões para o combate à pandemia. “O mapeamento da ocorrência do Sars-CoV-2 no esgoto pode ser uma importante ferramenta para a vigilância epidemiológica”.

O professor Ramiro Gonçalves Etchepare, do Departamento de Hidráulica e Saneamento da Universidade Federal do Paraná (UFPR), é um dos pesquisadores da Rede e explica que o RNA viral do novo coronavírus é expelido pelos pacientes infectados, especialmente pelas fezes e pela urina. Segundo ele, os relatos técnicos e científicos apontam que os vírus que chegam até os esgotos estão inativos e, portanto, não podem infectar. “Não existe nenhuma evidência científica indicando a infectividade do vírus no esgoto. A rede de esgotamento sanitário é uma aliada para fornecer alertas sobre a detecção e a circulação do vírus”.

Os dados de Curitiba indicam um aumento expressivo nas concentrações do novo coronavírus em todas as estações de tratamento de esgoto nas últimas três semanas monitoradas. A elevação nas cargas virais atingiu, nas últimas duas semanas estudadas, os valores mais elevados observados em todo o período de monitoramento.

ENTENDA

A Rede Monitoramento Covid Esgotos foi criada com o intuito de ampliar a disponibilidade de informações para o enfrentamento da pandemia de Covid-19 por meio do monitoramento do Sars-CoV-2 nos esgotos de importantes capitais brasileiras como Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e Distrito Federal. As informações geradas podem contribuir para a tomada de decisões por parte das autoridades de saúde, incluindo a definição de ações para o combate à pandemia.

O projeto é executado sob a coordenação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações de Tratamento de Esgotos Sustentáveis (INCT ETEs Sustentáveis) e da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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