Médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem enfrentam jornadas de trabalho exaustivas e desenvolvem síndrome de burnout
“Confesso que nunca imaginei sentir o que estou sentindo!”
Há um ano o mundo precisou se adaptar para conviver com a Covid-19. No pior momento da pandemia, o medo e a exaustão física e mental têm afetado a rotina dos profissionais de saúde que estão na linha de frente no combate à doença.
No litoral do Paraná, a situação não é diferente. Muitos profissionais precisaram se afastar das funções por desenvolver a Síndrome de Burnout, um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico, resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita responsabilidade.
A superlotação de hospitais, o aumento expressivo de mortes e a sobrecarga de trabalho fizeram com que a socorrista do Samu, Anna Roberta Fontes Gonçalves, de 27 anos, se afastasse da sua atividade profissional no pico da pandemia. “Cheguei no limite da minha exaustão! Foram quase 12 meses trabalhando na linha de frente, tendo que lidar diariamente com perdas, pacientes que ficavam dias e dias conosco internados”, relatou.
Em conversa com o Portal TVCI, a socorrista ainda contou que “isso tudo mexe muito com o nosso psicológico e eu comecei a sentir que estava afetando meu físico também, pois não tinha vontade de fazer mais nada quando estava em casa, até que isso se transformou numa crise hipertensiva e surgiu a dor no peito.”
Anna Roberta disse que sentiu a necessidade de procurar ajuda médica após passar mal em uma ocorrência do Samu. Diagnosticada com a Síndrome de Burnout, a profissional precisou então se afastar e iniciar um tratamento com profissionais especializados.