Uma operação conjunta entre a Polícia Federal e autoridades italianas desmantelou dois grupos criminosos apontados como responsáveis pelo tráfico de cocaína da América do Sul para a Europa. A ação ocorreu na manhã desta terça-feira (10). Agentes federais cumpriram mandados de busca e apreensão, além de mandados de prisão nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Roraima. Um mandado de prisão também foi cumprido na Espanha.
Uma equipe de investigação, constituída entre a Polícia Federal do Brasil e o Ministério Público de Turim – Diretoria Antimáfia da Itália, apurou que os grupos criminosos utilizavam o porto de Paranaguá como principal meio para enviar as cargas ilícitas para a Europa. Foi identificado que os traficantes que contratavam essa logística eram indivíduos de São Paulo. Membros de uma organização mafiosa italiana que atuava no Brasil seriam responsáveis pela intermediação da compra e envio da droga para o continente europeu.
O porto de Paranaguá era o principal ponto de saída, e o porto de Valência, na Espanha, o de chegada. A droga era transportada principalmente pelo método “RIP ON – RIP OFF”, no qual o grupo ocultava as cargas de cocaína em contêineres com mercadorias como cerâmica, louça sanitária ou madeira, sem o conhecimento do exportador. Além do transporte marítimo, a organização também usava aeronaves privadas para enviar cocaína para a Bélgica, onde membros da organização retiravam a droga antes da fiscalização nos aeroportos.
As operações realizadas hoje são um desdobramento da Operação Retis, que já havia desarticulado organizações criminosas responsáveis pela logística do tráfico de drogas no porto de Paranaguá.
As investigações também descobriram que, além do tráfico de drogas, o grupo estava envolvido em um complexo esquema de lavagem de dinheiro, movimentando bilhões de reais entre empresas e contas bancárias de fachada, além de adquirir bens e realizar transações fraudulentas. Durante o período de investigação, entre 2018 e 2022, a movimentação financeira dos investigados alcançou aproximadamente R$ 2 bilhões.
Com informações da Polícia Federal.