Comunidades pesqueiras e indígenas que vivem no entorno da baía de Paranaguá protestaram nesta quinta-feira (24) contra a explosão da Pedra da Palangana. A execução da obra é da empresa pública Portos do Paraná que deve retirar seis partes do maciço rochoso.
Segundo os manifestantes, a remoção da pedra afetará diretamente no trabalho de todos que sobrevivem da atividade pesqueira na região, além de prejudicar o meio ambiente. “Eu acho que os órgão deveriam ir nas comunidades e convocar uma reunião com todas as lideranças. Nós vivemos da pesca, sobrevivemos da pesca e isso vai afetar muito todos nós”, declarou o pescador Maíco.
Segundo o Diretor-presidente da Portos do Paraná, André Pioli, a obra deve aumentar a competitividade do Porto de Paranaguá. “Eu quero tranquilizar a nossa comunidade marítima, a nossa comunidade pesqueira. Foram feitos muitos estudos que mostraram que o impacto da obra é muito pequeno diante da grandeza que são os milhares de empregos que são gerados na nossa cidade pela atividade portuária”, salientou Pioli.

A ação deve beneficiar as operações dos Portos de Paranaguá e Antonina, com a ampliação da área de manobra dos navios.
Em contrapartida o Cacique da aldeia Pindoty, Dionisio Rodrigues, destacou que os indígenas não foram consultados e, tampouco, informados sobre a decisão o que é previsto na lei OIT 169.
Conforme o art 7 da Organização Internacional do Trabalho, “os governos devem zelar para que, sempre que for possível, sejam efetuados estudos junto aos povos interessados com o objetivo de se avaliar a incidência social, espiritual e cultural e sobre o meio ambiente que as atividades de
desenvolvimento, previstas, possam ter sobre esses povos”.
Como nenhuma das comunidades foi consultada, o que os manifestantes pedem é uma reunião para que as obras sejam realizadas de maneira responsável, respeitando o meio ambiente e as atividades de pesca.