A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta sexta-feira (28), dois mandados de busca e apreensão nas cidades de Indaiatuba e Santana de Parnaíba, em São Paulo. As ordens foram expedidas pela Vara Federal de Curitiba como parte do desdobramento da Operação Mafiusi, deflagrada em dezembro de 2024.
Além das buscas, foram determinadas medidas patrimoniais, incluindo o sequestro de imóveis e o bloqueio de bens, valores em contas bancárias e aplicações financeiras dos investigados. Os itens bloqueados somam aproximadamente R$ 31,5 milhões. Durante a ação, agentes apreenderam R$ 110 mil em espécie.
O delegado da Polícia Federal, Eduardo Verza, explicou que a operação de hoje decorreu da análise dos materiais apreendidos na primeira fase da investigação.
“Foi possível identificar que a liderança da organização criminosa, junto com o doleiro e o principal operador financeiro, estavam envolvidos em novas ações de lavagem de dinheiro, movimentação atípica de dinheiro em espécie e aquisição de imóveis de alto valor”, detalhou Verza.
Os mandados foram cumpridos em dois imóveis, sendo um deles uma residência de alto padrão recentemente adquirida pelo principal operador financeiro da organização criminosa. Também foram apreendidas obras de arte, que serão avaliadas, além de cavalos que podem ultrapassar R$ 2 milhões em valor de mercado.
Relembre o caso
A Operação Mafiusi foi deflagrada em 10 de dezembro de 2024 e investigou um esquema de tráfico internacional de drogas. O grupo utilizava o Porto de Paranaguá como principal rota para enviar cargas ilícitas à Europa. Segundo as apurações, membros de uma organização mafiosa italiana atuavam no Brasil intermediando a compra e o envio da droga para o continente europeu.
O esquema utilizava o método “Rip On – Rip Off”, no qual a cocaína era escondida em contêineres com mercadorias como cerâmica, louça sanitária ou madeira, sem o conhecimento do exportador. A droga saía do Porto de Paranaguá e tinha como principal destino o Porto de Valência, na Espanha.
Além do transporte marítimo, a organização também utilizava aeronaves privadas para enviar cocaína à Bélgica, onde membros do grupo retiravam a droga antes da fiscalização nos aeroportos.
Com informações da Polícia Federal.