A advogada criminal, Thaise Mattar Assad, assumiu a defesa da jovem de 25 anos que foi estuprada em um posto de combustível desativado no bairro João Gualberto, em Paranaguá. O crime aconteceu na madrugada do último dia 23 de fevereiro, quando a vítima foi conduzida pelo criminoso até o local para que ela pudesse utilizar o banheiro. No momento que eles chegam na porta do espaço, o homem a segura e arrasta para dentro, onde consuma o abuso sexual.

A advogada explicou que conversou com a vítima e tomou conhecimento dos autos do processo neste final de semana e que trabalhará em busca da justiça.

“Esse primeiro contato é um contato muito delicado. A vítima está profundamente abalada ainda com a situação, evidentemente que o trauma vai acompanhá-la pelo resto da sua vida, ela está buscando atendimento psicológico, ela está fazendo uso de medicações também necessárias para que seu corpo se recupere fisicamente da violência que ela sofreu. Esse primeiro contato ele foi bastante emocionante, porque a advocacia vem em um momento que a pessoa está sensibilizada, fragilizada, buscando pela justiça”, disse Thaíse.

O abuso foi registrado por câmeras de segurança e pelo criminoso que gravou o ato sexual não consentido com o celular. Apesar das provas e do áudio que comprova que a vítima disse “não”, o acusado responde pelo processo em liberdade, a princípio, com uso de tornozeleira eletrônica, pois, conforme a decisão do juiz responsável, o acusado é réu primário, possui endereço fixo em Paranaguá e emprego.

Com isso, a advogada de defesa afirma que aguardará os próximos passos do Ministério Público e do Poder Judiciário para dar sequência no processo.

“A nossa atuação será muito pautada na defesa dessa vítima, com a finalidade de tentar restaurar, resgatar, a dignidade dela nesse caminhar processual que será bem doloroso. A nossa expectativa é que o inquérito se finalize com a colheita de todas as provas que foram realizadas pela Polícia Civil do nosso estado, que aqui eu preciso reconhecer e dizer que foi extremamente diligente, extremamente rápida e acolhedora para essa vítima, e aguardar então os próximos passos que o Ministério Público e o poder judiciário darão nesse processo”, concluiu.

Relembre o caso

A TVCI recebeu com exclusividade imagens de câmera de segurança que mostram um crime bárbaro na cidade de Paranaguá, onde uma jovem foi vítima de estupro após sair de uma casa de shows na madrugada do último dia 23 de fevereiro.

A mulher foi conduzida pelo criminoso até um posto de gasolina desativado para que ela pudesse utilizar o banheiro. No momento que eles chegam na porta do espaço, o homem a segura a força e arrasta para dentro, onde consuma o abuso sexual.

“A vítima estava em uma festa na casa de shows Porto Santo e lá ela acabou se relacionando com um sujeito conhecido dela aqui na cidade. Eles não tinham nenhum tipo de relacionamento anterior, mas ela já o conhecia e eles acabaram se relacionando nesse dia. Após a festa, ela manifestou vontade de ir ao banheiro e a festa já tinha sido encerrada, então ela não podia entrar no banheiro novamente, e ele disse que conhecia um posto abandonado, local onde ela poderia ir ao banheiro. Então, os dois foram até lá e chegando lá o autor forçou relações sexuais não consentidas  com a vítima”, explicou a delegada responsável pelo caso, Maluhá Soares.

No áudio captado pela câmera, retirado do material para preservar a identidade da vítima, é possível ouvir o momento em que a jovem diz “não” e emite sons de dor. “Nessas filmagens mostra claramente a vítima dizendo que não quer e ele não respeita a manifestação de vontade da vítima. Ele puxa ela pelos braços, arrasta ela pelo corredor e mesmo ela dizendo que não, ele pratica relações sexuais forçadas, não consentidas com ela”, disse a delegada.

Conforme informado pela vítima, o homem gravou todo o ato criminoso com o celular. Após o abuso, o autor saiu do local e deixou a mulher para trás, que em instantes depois encontrou com os amigos e relatou o que crime.

A vítima foi levada para a Delegacia Cidadã de Paranaguá para fazer o boletim de ocorrência e foi ouvida pelas equipes. Ela também foi encaminhada para atendimento médico e para Instituto Médico Legal de Paranaguá (IML) para a realização de exames.

A mulher não soube informar o nome completo e endereço do autor do estupro. No entanto, após as investigações da Polícia Civil, o autor foi identificado e, mesmo com todos os elementos, ele responderá o processo em liberdade, com uso de tornozeleira eletrônica. “Esse sujeito vai ficar com monitoramento eletrônico pelo período de seis meses e também foi apreendido o aparelho celular dele pra gente verificar se existem provas, filmagens ainda nesse celular”, concluiu a responsável pelo caso.