A Universidade Federal do Paraná (UFPR) em parceria com a faculdade de Monique, na Alemanha e prefeituras de cinco municípios no Estado está desenvolvendo estudo voltado às famílias que residem próximo à Mata Atlântica. O projeto “Comportamentos de risco para zoonoses em populações residentes em bioma da Mata Atlântica no Paraná” tem o intuito de conseguir identificar o conhecimento, práticas e atitudes de pessoas que residem muito próximo à Mata Atlântica.
A enfermeira do projeto, Tatiana Queiroz de Almeida explica que essas pessoas estão com contato mais próximo de animais silvestres. “Esses moradores estão em contato com diversas espécies de animais e é preciso ter atenção e cuidado para evitar zoonoses, doenças transmitidas de animais para pessoas. Nosso objetivo é saber se eles criam esses animais, como convivem com eles, se há o manejo. Nosso intuito não é repreendê-los, mas sim, conhecer essa realidade e orientá-los, além de, por meio de todas as esferas, verificar como podemos realizar uma educação em saúde para eles”, comentou a enfermeira.
O professor da UFPR, Gustavo Araújo de Almeida observa que no Paraná, cinco municípios participam do projeto: São José dos Pinhais, Piraquara, Adrianópolis, Guaraqueçaba e Paranaguá. “Paranaguá é o município mais importante para nós por concentrar o maior número de amostras que serão coletadas”, detalha. Ele conta que no total serão aproximadamente 900 pessoas atingidas com o projeto e em Paranaguá serão cerca de 300 pessoas.
Além do Brasil, outros países também realizarão projetos idênticos em suas regiões: Bolívia, Colômbia, Guatemala e Chile. Cada um desses países escolheu trabalhar com um grupo populacional com risco de zoonose. Já o Brasil, por meio da UFPR pretende estudar três grupos, em cinco municípios, indígenas quilombolas, caiçaras e colônias longínquas como a Colônia Maria Luiza, a Ponta Oeste – Ilha do Mel e a Ilha da Cotinga”, cita Gustavo Araújo de Almeida.
O treinamento das equipes que irão à campo foi realizado nesta quarta-feira, 5, na Secretaria Municipal de Saúde. O projeto em campo terá duração aproximada de quatro meses para ocorrer a coleta dos dados e iniciar a fase seguinte dos trabalhos.
“A saúde em sua integralidade leva em conta não só as doenças e as áreas urbanas, mas também a natureza, o estilo de vida das pessoas, os hábitos alimentares delas, entre outros fatores, pois dependendo da direção que esses hábitos tomam, pode levar a uma questão de epidemia de doenças. A Covid-19, por exemplo, se espalhou em decorrência dos hábitos alimentares. Vemos com bons olhos esse projeto, pois sempre foi nossa meta e sempre foi a nossa missão fazer promoção e prevenção em saúde. Isso é basicamente prevenção em saúde porque estamos tentando verificar por meio dos hábitos das pessoas aquilo que pode ocorrer na saúde futuramente”, destaca o coordenador da Sala de Situação da Secretaria Municipal de Saúde, Gianfrank Julian Tambosetti.