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Consórcio CCGD, formado pela FTS Participações Societárias e pelo grupo belga Deme, vence leilão do canal de acesso ao Porto de Paranaguá

Com a concessão, a principal transformação será o aprofundamento do Canal da Galheta, que passará a ter um calado de 15,5 metros após as intervenções previstas.
Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

O canal de acesso ao Porto de Paranaguá, o primeiro acesso de porto público a ser leiloado no Brasil, foi arrematado nesta quarta-feira (22) pelo Consórcio CCGD, composto pela FTS Participações Societárias e pelo grupo belga Deme. O leilão foi realizado na B3, a Bolsa de Valores do Brasil, em São Paulo, e contou com a presença do governador Carlos Massa Ratinho Junior.

A concessão faz parte dos esforços do Governo do Estado e da Portos do Paraná para modernizar a infraestrutura portuária, ampliar a competitividade logística e atrair investimentos privados ao setor.

O consórcio CCGD, formado pelas empresas FTS Participações Societárias S.A (brasileira que atua em portos paranaenses há 40 anos), e o pelas empresas belgas, Deme Concessions NV e a Deme Dredging NV, foi o vencedor e pagará uma outorga inicial de R$ 276 milhões ao Porto de Paranaguá. Além disso, o consórcio vai pagar uma outorga fixa anual de R$ 86 milhões, mais 3% da receita/ano.

A concessão, com prazo de 25 anos, prevê R$ 1,23 bilhão em investimentos nos cinco primeiros anos, destinados à ampliação, manutenção e exploração do canal aquaviário que conecta o porto ao mar aberto.

Com a concessão, a principal transformação será o aprofundamento do Canal da Galheta, que passará a ter um calado de 15,5 metros após as intervenções previstas. O calado é a distância entre a superfície da água e o ponto mais profundo da embarcação (quilha). Essa mudança permitirá a atracação de embarcações de maior porte. Atualmente, o maior calado permitido nos portos paranaenses é de 13,3 metros.

A título de comparação, o Porto de Santos e os portos catarinenses têm, em média, 14,5 metros de calado. Dessa forma, o Paraná se prepara para receber as maiores embarcações que navegam pela costa brasileira.

O governador Ratinho Junior comentou que o leilão desta quarta-feira faz parte de um projeto que teve início em 2019.

“Dentro de um planejamento estratégico decidimos tornar o Paraná o principal hub logístico da América do Sul. Com isso, começamos a planejar um grande pacote de concessões de rodovias, aeroportos e elaboramos um plano robusto para modernizar o nosso porto”, explicou.

“Nós vamos passar de um calado de 13,3 metros para 15,5 metros, o que vai nos permitir embarcar mais carga por embarcação, com uma redução de cerca de 12% no preço pago atualmente pelos usuários do Porto de Paranaguá”, acrescentou.

Segundo a Portos do Paraná, o aumento em mais de dois metros no calado representa um salto expressivo na capacidade de embarque de mercadorias. Em média, o aumento permitirá que o porto receba porta-contêineres de até 366 metros de comprimento, com capacidade para transportar até 14 mil TEUs (unidade equivalente a contêiner de 20 pés, ou seis metros).

Também poderão atracar navios graneleiros com capacidade para carregar até 125 mil toneladas de soja, milho e farelo, representando um ganho expressivo em relação ao limite atual de 78 mil toneladas. Já os navios-tanque poderão acessar o canal com até 74 mil toneladas de produtos.

De acordo com o diretor-presidente da Portos Paraná, Luiz Fernando Garcia, a concessão do canal vai aumentar ainda mais a competitividade do porto paranaense, que passará a ser o mais acessível do País para grandes embarcações. “Foi um trabalho extenso de engenharia, para avaliar a viabilidade de atingir a profundidade desejada, depois do ambiente econômico, para a nossa atividade e empresa e também entendendo com os usuários, que terão um canal mais eficiente, mais profundo, podendo carregar mais volume e pagando mais barato do que ele paga hoje”, destacou.

Para o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Frederico Carvalho Dias, o leilão realizado nesta quarta-feira, o primeiro de um canal de acesso de porto público do País, é uma política pública fundamental. “Acessos melhores significam uma gestão mais eficiente do Porto, menores custos logísticos, mais competitividade para os produtos brasileiros e comida mais barata na mesa da população”, disse.

Com informações da AEN.

 

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