A flexibilização do isolamento social fez com que seis estados do Brasil já conseguissem recuperar a produção industrial e retornarem ao patamar pré-pandemia, informou nesta quinta-feira (8) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
DIEGO GARCIA/RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)
Amazonas, Pará, Ceará, Goiás, Minas Gerais e Pernambuco já estão acima do nível apresentado em fevereiro, antes da Covid-19 chegar ao país e iniciar processo de isolamento social que fechou estabelecimentos em todo o país e paralisou a economia. E a recuperação nesses locais está justamente ligada à flexibilização das medidas preventivas contra o novo coronavírus, segundo o gerente da pesquisa, Bernardo Almeida.
“A pesquisa reflete, em grande medida, a ampliação do movimento de retorno à produção de unidades produtivas, após paralisações e interrupções por conta da pandemia”, analisou.
Em agosto, na comparação com julho, 12 dos 15 locais pesquisados pelo IBGE apresentaram alta. O Pará teve a maior alta na produção em agosto, com 9,8%. É a terceira taxa positiva consecutiva do estado, com ganho de 18,2% no período, influenciado pelo desempenho de extração minerla, que representa 88% da produção industrial paraense. Já São Paulo teve aumento de 4,8% em agosto, impulsionado pelo setor de veículos, além do segmento de máquinas e equipamentos. Apesar da quarta taxa positiva consecutiva, com alta de 39,8% acumulada, porém, o estado paulista ainda está 0,6% abaixo do período pré-pandemia.
O Rio de Janeiro, por sua vez, apresentou alta de 3,3% em agosto, puxado pelos setores de derivados do petróleo e metalurgia. O Rio acumula alta de 19,1% nos últimos quatro meses, mas ainda está 0,1% atrás do que produzia até fevereiro. Os demais locais com taxas positivas em agosto foram Santa Catarina (6,0%), Ceará (5,7%), Rio Grande do Sul (5,2%), Amazonas (4,9%), região Nordeste (3,0%), Paraná (2,9%), Mato Grosso (2,6%), Goiás (1,2%) e Bahia (0,9%).
Em contrapartida, as maiores quedas ficaram nos estados de Pernambuco (-3,9%), pelo resultado negativo no setor de bebidas, Espírito Santo (-2,7%) e Minas Gerais (-0,4%). Em agosto, a produção industrial brasileira emendou o quarto mês seguido de alta após tombo recorde causada pela pandemia da Covid-19 no Brasil, mas ainda não conseguiu recuperar as perdas do pior período da crise.
O crescimento foi de 3,2% em comparação com o mês anterior, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Nos quatro meses de recuperação, o setor ainda não compensou a perda de 27% entre março e abril, quando a pandemia atingiu o país e levou ao fechamento de comércio, bares, restaurantes e shoppings, a fim de promover o isolamento social para conter o avanço do coronavírus.
No pico da Covid-19, com tombos de 9,1% em março e 18,8% em abril, a produção industrial brasileira atingiu o pior patamar da história. Diante desse cenário, o setor ainda continua 2,6% abaixo do nível de fevereiro, período pré-pandemia. No acumulado do ano, a indústria brasileira recuou 8,6%. O gerente do IBGE André Macedo vê o setor em recuperação, mas ainda com partes de sua produção a serem resgatadas. “Há uma manutenção de certo comportamento positivo do setor industrial nos últimos meses. É um avanço bem consistente e disseminado entre as categorias”, apontou.
Foto: Lalo de Almeida/Folhapress (Manaus, AM)