×

GPs fora de época fazem F1 se adaptar a frio incomum

Quando a Fórmula 1 planeja seu calendário, vai atrás de calor, condição em que os carros funcionam melhor e pilotos se sentem bem fisicamente. Começando na Austrália em março e terminando no Oriente Médio no final de novembro, a categoria consegue fugir dos meses mais frios no hemisfério norte, que recebe a grande maioria das […]
PORTIMÃO, PORTUGAL – 25.10.2020 – Fórmula 1 2020 – GP Portugal – Esteban Ocon (FRA) Renault Sport F1 Team RS20 durante o Grande Prêmio de Portugal de Fórmula 1, Circuito Internacional de Algarve neste domingo 25. (Foto: Octane/Action Plus/DiaEsportivo/Folhapress)

Quando a Fórmula 1 planeja seu calendário, vai atrás de calor, condição em que os carros funcionam melhor e pilotos se sentem bem fisicamente. Começando na Austrália em março e terminando no Oriente Médio no final de novembro, a categoria consegue fugir dos meses mais frios no hemisfério norte, que recebe a grande maioria das etapas. Cerca de metade do campeonato é disputada na Europa, com etapas desde o fim da primavera, em maio, até o fim do verão, no início de setembro.

BEATRIZ CESARINI E JULIANNE CERASOLI/SÃO PAULO, SP, E LONDRES, REINO UNIDO (FOLHAPRESS)

Isso, em um ano normal. Na pandemia, a F-1 foi obrigada a improvisar. Das 22 corridas previstas, serão disputadas 17, sendo 13 delas na Europa, o que também significa que, desta vez, não deu para escapar do frio.Não que um F-1 não consiga correr com temperaturas mais baixas, mas isso gera alguns desafios extras para os carros e os pilotos. A primeira etapa realizada já no outono europeu foi na Alemanha, onde os termômetros não passaram dos 10ºC. Neste final de semana, em Imola, também é esperado mais frio que o normal, e o mesmo deve acontecer na etapa seguinte, na Turquia.

O efeito mais óbvio para os pilotos quando as temperaturas estão mais baixas é nos pneus, mais difíceis de serem aquecidos. Para gerarem aderência, eles precisam estar em temperaturas altas (no mínimo 95ºC). Quando o competidor freia e vira o volante, a temperatura sobe. Nas retas, ela cai. E especialmente quando o pneu perde temperatura logo depois que sai dos cobertores que as equipes usam nos boxes, é mais difícil recuperá-la.

Por conta disso, Lewis Hamilton identificou dois momentos em que sentiu mais o frio na corrida de Nurburgring. “Foi incrivelmente difícil com a relargada [depois do Safety Car entrar na pista] e nas voltas logo que saímos dos boxes – os pneus não estavam funcionando para mim”. Já Max Verstappen destacou um outro ponto importante. “Pelo menos finalmente tivemos algo gelado para beber durante a corrida! Normalmente, fica muito quente. Tirando isso, diria que tudo correu normalmente”, explicou o piloto.

Mas dá para sentir frio no carro? As únicas reclamações dos pilotos foram em relação às extremidades. “Tive problemas sentindo meus dedos durante a corrida, porque eles estavam ficando gelados. Foi difícil mexer nos controles do volante”, revelou Nico Hulkenberg. Já outros sofreram com os pés gelados: durante os treinos livres na Alemanha, o inglês Lando Norris apareceu no rádio pedindo para a equipe McLaren uma meia extra, Ricciardo revelou ter usado dois pares de meias durante a corrida, o que surpreendeu seus colegas. Afinal, tanto a meia, quanto a sapatilha usadas pelos pilotos são padronizadas e especialmente finas para não alterar a sensibilidade fundamental para que eles sejam precisos com os pedais.

“O Daniel não está acostumado com o frio”, brincou Verstappen, antes de levantar a “suspeita” de que Ricciardo usou duas meias porque tinha algo irregular no carro. “Seu carro deve ter algum buraco no bico ou algo do tipo. Deve ter algum truque.” Ao lado dos dois, Hamilton questionou, também em tom de brincadeira, se o regulamento permitia o uso de duas meias. “Por favor não protestem! Não hoje!”.

 

Foto: Octane/Action Plus/DiaEsportivo/Folhapress

Nossos Programas