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Por que querem nos matar?

Ser mulher no Brasil é sobreviver dia após dia. Nos jornais, quase diariamente, vemos estampado o rosto de uma de nós, seguido das manchetes:  “Mulher é assassinada pelo companheiro – ou ex”   “Sem aceitar o fim do relacionamento, homem mata ex-companheira”   “Corpo de jovem é encontrado seminu em valeta”. No país onde somos maioria, parece […]

Ser mulher no Brasil é sobreviver dia após dia. Nos jornais, quase diariamente, vemos estampado o rosto de uma de nós, seguido das manchetes: 

“Mulher é assassinada pelo companheiro – ou ex”  

“Sem aceitar o fim do relacionamento, homem mata ex-companheira”  

“Corpo de jovem é encontrado seminu em valeta”.

No país onde somos maioria, parece que não temos força suficiente para lutar essa batalha diária. É cansativo ser mulher. É necessário provar nosso valor a cada momento e exigir respeito nas situações mais banais.

Ser mulher é compartilhar medos que só quem é mulher conhece.

Ninguém tem o direito de interromper a vida de outra pessoa, especialmente quando é alguém que diz amar, que deveria proteger e cuidar. Estar em um relacionamento não confere direito de posse sobre o outro. 

Pela Claudia, Claudete, Andriely e Fernanda, e por todas as vítimas que não tiveram a oportunidade de decidir sobre seu futuro, cuja vida foi interrompida por covardes que não aceitam que as mulheres têm poder de escolha e foram assassinadas por não escolhê-los.

Ser mulher em um país onde a violência de gênero cresce a cada ano exige coragem e união. Fernanda Melani, de 21 anos, moradora de Matinhos certamente não será a última, mas enquanto estivermos em pé, nenhuma de nós será esquecida. 

Justiça por elas.

 

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