Ao menos 40 caminhoneiros estão retidos no Pátio de Triagem de Paranaguá desde o último fim de semana, após uma análise indicar que as cargas transportadas por eles estavam adulteradas. Além da profissão, os trabalhadores agora compartilham outra preocupação: a incerteza sobre os próximos dias.
De acordo com os motoristas, as cargas foram carregadas na cidade de Alto Araguaia, no Mato Grosso, e tinham como destino o porto de Paranaguá, onde seriam descarregadas. No entanto, ao chegarem ao pátio de triagem, as cargas foram submetidas ao teste de qualidade — procedimento padrão — e, para surpresa dos caminhoneiros, foram apontadas como adulteradas, supostamente contaminadas com areia. Com a reprovação das cargas, os veículos permanecem estacionados no pátio, e os motoristas aguardam respostas das empresas responsáveis, sem previsão de descarte do material para que possam retomar suas atividades.
Um dos motoristas, Carlos Kuba, relatou que o caminhão foi lacrado no momento do carregamento em Alto Araguaia e chegou a Paranaguá com o lacre intacto, o que, segundo ele, descarta a possibilidade de contaminação durante o trajeto.
“Tem que dar uma resposta. Se estão acusando que a carga está irregular, que tragam um classificador de confiança para avaliar de novo. Ou chamem a Federal para vir aqui”, declarou Kuba, reforçando que os motoristas não têm culpa no caso.
Kuba ainda relatou que foi alvo de vazada ao chegar em Paranaguá, agravando a situação. Ele afirmou que, para registrar um boletim de ocorrência, seria necessário descarregar o veículo e verificar a quantidade carregada e descarregada para calcular o prejuízo do furto, o que até o momento não foi autorizado.
A empresa pública Portos do Paraná informou que “possui um regramento de controle de fiscalização de cargas, que foi estabelecido em 2024, para garantir o máximo de segurança e qualidade nos produtos movimentados. Todos os casos suspeitos são relatados e encaminhados para autoridades policiais e demais órgãos fiscalizadores.
Nesta quarta-feira (22), a auditoria do Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR) identificou suspeitas de adulteração, reteve as cargas e seguiu o regramento definido pela Portos do Paraná e pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). A Portos do Paraná reforça que as mercadorias são de responsabilidade do exportador e do terminal, e não da autoridade portuária.”
A produção da TVCI tentou contato com a empresa responsável pela carga, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. As Polícias Civil e Federal também foram procuradas, mas não enviaram nota até o momento.