O atentado contra o médio Ricardo Miroski completou seis meses nesta quarta-feira (27). Com exclusividade, a vítima contou como está sendo a rotina de medo após ser baleado em uma tentativa de homicídio no momento que chegava para mais um dia de trabalho na clínica que é proprietário, no Centro de Paranaguá.
Em conversa com o jornalista Michel Moreira, Miroski contou que percebeu a presença do atirador quando desceu do carro e viu o suspeito com um revólver apontado para sua cabeça. “Eu percebi nitidamente que a arma estava carregada, eu vi os projéteis dentro do tambor e eu não sabia o que fazer”, disse o médico.
Neste momento, a vítima foi alvejada por um tiro na orelha e caiu próximo à calçada. O indivíduo chegou a realizar um segundo disparo e fugiu do local em uma motocicleta, junto com outro suspeito.
De acordo com o delegado de Polícia Civil, Nilson Diniz, as testemunhas foram ouvidas e conseguiram trazer alguns elementos que apontavam pessoas suspeitas de envolvimento com o comando da execução. Diniz salientou ainda que foi realizado um mandado de busca e apreensão na casa dos suspeitos e alguns objetos foram submetidos à perícia técnica.
A família acredita que o motivo do atentado tenha sido por razões financeiras. “A única motivação que a gente conseguiu imaginar foi por ganhos que teriam com a morte dele. Acredito que essa seja uma das linhas de investigações da polícia”, disse Lislaine Costa, esposa da vítima.
Logo após o atentado, Ricardo Miroski e a família saíram da cidade de Paranaguá e aos poucos estão retomando e se adaptando a nova realidade.
“Hoje eu sinto a minha vida como se fosse a minha liberdade ceifada. Eu não tenho mais a liberdade que eu tinha de ir para o supermercado, para a casa de um amigo, um restaurante. A gente não tem mais feito isso. A minha vida é trabalho, casa e segurança junto aonde eu vou”.
Relembre o caso
Na manhã do dia 27 de abril, o médico Ricardo Miroski, de 66 anos, foi vítima de tentativa de homicídio na cidade de Paranaguá.
A vítima foi surpreendido pelos suspeitos no cruzamento das ruas Manoel Correia com a Gabriel de Lara no momento que estacionava o carro para ir ao trabalho no Centro de Diagnóstico por Imagem do Litoral – CEDIL.
De acordo com Polícia Militar, cerca de dois disparos de arma de fogo foram efetuados contra a vítima, sendo atingido por um tiro na região lombar e um de raspão na orelha.
Uma testemunha que passava pelo local no momento do crime relatou que “O dr. estava estacionando o carro no momento. Tinham dois indivíduos próximo do carro, esperando a vítima descer. Quando ele (o médico) desceu do carro e fez o contorno, foi surpreendido pelo indivíduo que efetuou três disparos de arma de fogo”. A fonte ainda contou que “logo após os disparos, o atirador subiu na moto e empreendeu fuga sentido bairro”, finalizou.
Segundo o delegado de Polícia Civil, Nilson Diniz, “o homicídio parece ser premeditado, já conheciam a rotina da vítima. Pelas imagens da reportagem parece que o suspeito já estava esperando pela vítima”.