Até que o mérito do habeas corpus seja julgado, Felipe Alcalá aguardará em liberdade
O assassinato que chocou a sociedade parnanguara segue sem julgamento e com um novo capítulo. Há pouco mais de um mês, Luiz Felipe Alcalá, apontado como autor intelectual do crime que tirou a vida do pai, Geovane Alcalá, em setembro do ano passado, está em liberdade. A justiça concedeu uma liminar em habeas corpus para que Felipe responda pela acusação fora da cadeia. No pedido, a defesa de Luiz Felipe alega que a relação do pai com o filho era abusiva e com relato de violência cometida pelo pai.
“Quando se finalizou a instrução probatória, ficou bastante claro o cenário de sistemáticos abusos morais, físicos e psicológicos da suposta vítima em relação a Luiz Felipe. Esse foi o motivo essencial do nosso pedido de habeas corpus. Essa relação de sistemáticos abusos reduz a gravidade dos fatos e a periculosidade do meu cliente”, afirmou Bruno Milanez, advogado de defesa de Luiz Felipe Alcalá.
Desde que se viu longe das grades, Felipe Alcalá optou por se mudar para Curitiba. Está morando com a namorada em um apartamento alugado pelo padrasto na capital paranaense. Os negócios da família em Paranaguá foram desfeitos após o crime que sacudiu o município mais populoso do litoral do estado.
Ainda não foi definido se Felipe Alcalá e Rafael Kubiak, autor confesso dos disparos que vitimou Geovane Alcalá, irão a júri popular.
Relembre o caso
Na manhã do dia 20 de setembro de 2019, o empresário Geovane Charlles Alcalá foi morto a tiros na casa onde morava, no bairro Vila Divinéia, em Paranaguá. Inicialmente, foi repassada à polícia a informação de que Geovane tinha sido vítima de uma tentativa de assalto. Entretanto, Rafael Kubiak, funcionário de Geovane, foi encontrado escondido na residência. Em depoimento na delegacia da polícia civil, ele afirmou que efetuou os disparos que vitimou Geovane. Por sua vez, Luiz Felipe Alcalá não respondeu os questionamentos do delegado.
A defesa de Felipe Alcalá discorda dessa versão. Segundo o advogado, Rafael Kubiak passou na casa onde viviam Geovane e Felipe antes de começar a trabalhar. No quarto de Felipe, ele teria demonstrado curiosidade pela pistola que Geovane guardava no local. Ainda segundo a versão da defesa, Rafael estava manuseando a arma quando Geovane, exaltado, arrombou a porta do quarto. Rafael teria se assustado e efetuado os disparos.