No início da semana, uma médica denunciou um caso de agressão que sofreu de um paciente enquanto fazia atendimento, na unidade de saúde da Ilha dos Valadares, em Paranaguá. A médica trabalha para a Fundação de Assistência à Saúde e fez a denúncia para o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM/PR).
A profissional relata ainda em documento, que a FASP foi omissa e a pressionou a continuar trabalhando após a agressão, mesmo a médica alegando não ter condições físicas ou psicológicas para prosseguir no atendimento.
O caso aconteceu na última terça-feira (10), quando o paciente buscou atendimento e em seguida agrediu gravemente a profissional de saúde sem motivo aparente, de acordo com o relato da mesma, poderia ter causado lesões mais graves, pondo em risco a vida da profissional, se não fosse à intervenção de uma técnica em enfermagem.
Ainda de acordo com o relato da vítima, o boletim de ocorrência não foi realizado por orientação policial, já que o agressor era uma pessoa conhecida na região e perigoso, podendo colocar sua vida em risco.
A vítima da agressão era a única atuando em pronto atendimento na Ilha dos Valadares, que concentra a maior aglomeração populacional de Paranaguá com mais de 30 mil habitantes. A maioria deles, usuários do SUS.
O Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar), se manifestou por meio de nota dizendo que “o caso revela a sobrecarga de trabalho e os riscos a que os médicos que atendem na linha de frente estão expostos diariamente. O fato da médica ter sido pressionada a se manter no plantão, mesmo após uma pesada agressão, retrata a precarização do SUS como um todo e deve ser revertida. Pelo bem da saúde e dos profissionais”.
O Simepar ainda ressalta que a identidade dos envolvidos foi suprimida para evitar represálias ou constrangimentos.
A TVCI procurou a Fundação de Assistência a Saúde de Paranaguá (FASP) que respondeu por meio de nota:
“A Fundação de Assistência à Saúde de Paranaguá (Fasp) se solidariza com a profissional médica pela situação ocorrida e informa que forneceu toda a assistência no momento do ocorrido.
A Fasp está acompanhando o ocorrido e ressalta que abriu sindicância para apurar os fatos. A Fundação destaca que já solicitou que a médica se dirija ao Departamento de Saúde Ocupacional para, conforme o verificado, possa prestar apoio e entender os reflexos causados pelo acontecimento em questão.
As unidades de saúde estão sujeitas a situações pontuais como a ocorrida já que atendem pessoas com várias patologias. Há a presença da Guarda Civil Municipal e a situação foi atípica, contudo, a segurança no local será reforçada”.
A TVCI teve acesso ao documento enviado pela profissional de saúde ao CRM/PR.
Segue: