Na manhã desta sexta-feira (18), a segunda baleia-jubarte juvenil desta temporada foi encontrada encalhada sem vida na faixa de areia do balneário de Pontal do Sul, no município de Pontal do Paraná. O animal, com aproximadamente 8 metros de comprimento, estava em avançado estado de decomposição.
O registro foi realizado pela equipe multidisciplinar do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), executado pelo Laboratório de Ecologia e Conservação da UFPR (LEC-UFPR). Após a confirmação do encalhe, a equipe acionou a Prefeitura de Pontal do Paraná, como parte do protocolo para resgate de animais encalhados do Paraná (PRAE), e a prefeitura colaborou com o envio de equipe e maquinário, permitindo o deslocamento do animal e viabilização da carcaça para coleta de amostras biológicas. As amostras coletadas serão analisadas para auxiliar na identificação da possível causa da morte do indivíduo, assim como na investigação da qualidade do ambiente oceânico.
A gerente operacional do PMP-BS/UFPR, Liana Rosa, explica que nessa época do ano encalhes de animais migratórios são mais recorrentes. “Entre o inverno e a primavera, as baleias-jubarte realizam longas migrações e, durante esse deslocamento, indivíduos mais jovens são mais vulneráveis e enfrentam dificuldades que podem resultar no encalhe e até mesmo na morte do animal”, aponta a bióloga.
O médico-veterinário e responsável técnico do PMP-BS/UFPR, Fábio Henrique Lima, reforça que, na maioria dos casos, os animais que encalham já apresentam comprometimentos prévios. “Muitas vezes encontramos sinais de desnutrição, infecções ou ferimentos. Mesmo em avançado estado de decomposição, a necropsia e a análise de amostras podem revelar informações importantes sobre o estado de saúde dos cetáceos que utilizam a nossa costa”, comenta o veterinário.
A orientação para comunidade geral é que ao encontrar qualquer animal marinho vivo ou morto na praia, é essencial não tocar, não se aproximar e acionar imediatamente a equipe do PMP-BS por meio dos canais oficiais de atendimento. Esses cuidados garantem a segurança da fauna, dos profissionais e da população, além de contribuir para os estudos de conservação marinha no estado.
Com informações do PMP-BS/LEC-UFPR