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Aos 108 anos, paciente se recupera da Covid-19 e recebe alta em Alagoas

Clotilde Maria da Silva, de 108 anos, teve de mostrar resistência. Em dezembro, ela começou a sentir um cansaço mais comum do que o normal para a sua idade. A família, com receio da Covid-19, resolveu levá-la a uma farmácia na cidade de Messias (AL), para que fizesse o teste RT-PCR. Não deu certo. Quando […]

Clotilde Maria da Silva, de 108 anos, teve de mostrar resistência. Em dezembro, ela começou a sentir um cansaço mais comum do que o normal para a sua idade. A família, com receio da Covid-19, resolveu levá-la a uma farmácia na cidade de Messias (AL), para que fizesse o teste RT-PCR. Não deu certo.

Quando chegaram, a saturação de Clotilde estava baixa. A farmacêutica, então, decidiu não fazer o teste e encaminhar a família para um posto de saúde, onde a idosa poderia fazer um teste rápido e iniciar o tratamento; “Não queríamos levar ela para o posto de saúde nem para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) porque tínhamos receio de ela ser contaminada ao ir para um desses ambientes”, conta a neta de Clotilde, Simone da Silva, 40 anos.

“Mas ela fez o teste rápido e deu positivo.” Para ter assistência no tratamento, Clotilde teve de viajar para Maceió e foi internada em uma UPA no bairro do Tabuleiro do Martins, para ser estabilizada. Em seguida, foi encaminhada para o Hospital Metropolitano de Alagoas. “Ela foi internada no dia 21 de dezembro. Passamos o Natal e o Ano Novo juntas. Eu não saí do lado dela em nenhum momento. Acho que foi uma das maiores preocupações que eu tive, sabe? A saturação baixava de vez em quando e nós ficávamos morrendo de medo. Ainda bem que pudemos ficar com o celular, porque aí mantivemos o contato com o pessoal de fora”, disse Simone.

Clotilde não chegou a ser intubada, mas precisou receber oxigênio em algumas ocasiões. Segundo a neta, a idosa não tinha noção do perigo que estava enfrentando. Fugia um pouco da compreensão por conta da idade. Ela também é a segunda pessoa mais longeva da família – um irmão dela faleceu há cinco anos, aos 110. “Minha avó sempre foi uma pessoa ativa. Hoje, ela ainda caminha. Costurava até uns meses atrás. Para você ter ideia, ela ainda canta aqui em casa as músicas que ouvia quando era nova. E ela é uma pessoa de muita fé. Antes da pandemia, sempre viajávamos com ela para Juazeiro do Norte (CE) porque causa da devoção dela ao Padre Cícero”, contou Simone.

Com a alta, Clotilde está na casa de uma das filhas em Maceió. Continua cantando bastante. Da vida, só tem uma mágoa: a de nunca ter reencontrado a primeira filha, levada de casa aos dois anos pelo próprio pai. O governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), e o secretário de Saúde, Alexandre Ayres, anunciaram nas redes sociais que o estado já garantiu o estoque de agulhas e seringas para a vacinação contra o novo coronavírus.

Alagoas tem firmada parceria com o Instituto Butantan para adquirir a Coronavac. No momento, Alagoas tem 106.410 casos confirmados, 2.521 óbitos e 7.742 casos suspeitos. De acordo com um levantamento de pesquisadores da Ufal (Universidade Federal de Alagoas), o estado teve um aumento de 140% nos casos confirmados entre os meses de novembro e dezembro do ano passado. Assim como Clotilde, mais de 5 mil casos de Covid-19 foram recuperados pelo SUS em Alagoas.

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